sexta-feira, janeiro 16, 2015

JE SUIS CHARLIE - pela plena liberdade de expressão
A liberdade de expressão, de opinião política, de opção religiosa e de credo, do direito de ir e vir, do direito a não ser torturado, do direito ao habeas corpus são conquistas que se iniciaram no século XVIII em países europeus e que foram se ampliando e expandindo-se para o restante do mundo.
O respeito a esses direitos constitui o fundamento da democracia moderna.
Contudo, o ocidente insiste em violar tais direitos impondo seu modo de vida mediante colonização, no início da modernidade e, hoje, através da cibernética, do modelo econômico, político e cultural, o chamado neocolonialismo.
A liberdade de expressão se revela de inúmeras formas. O jornal satírico Charlie se utiliza da charge exprimindo de forma metafórica e irônica (figuras de expressões linguisticas) os discursos dos fanáticos, sobretudo dos religiosos, que sempre se constituiu, no passado e no presente, como o ópio do povo.
Esse fanatismo de querer impor a religião cristã, sobretudo o protestantismo a toda a face da terra é também uma forma de colonização cultural e que têm consequências, muitas vezes trágicas.
Por exemplo na Nigéria cerca de 51,2 % da população é muçulmana, religião que mais cresce no mundo; o catolicismo conta com cerca de 40,5% e outras em torno de 2,4%. Por esses dados percebemos porque cristãos protestantes são, em muitas situações, crucificados nesse país, predominantemente muçulmano que, através de movimento guerrilheiro luta para preservar os valores de uma interpretação extremista e distorcida do Alcorão. É bom destacarmos que não se justifica, sobre nenhum pretexto, tirar a vida de outrem, pois o maior dos direitos é o direito à vida. Nesse aspecto o islamismo é tão fanático e intolerante quanto o protestantismo.
Se, ainda, tomarmos por base comparativa o planeta cerca de 22% são católicos, 11% de protestantes, 22% de muçulmanos; hinduísmo somam 14% e 12% de budistas.
O jornal Charlie faz críticas a todas as religiões e opiniões políticas não fazendo distinções. Pode até exagerar em muitas situações, mas deve ser respeitado pois o exercício da crítica ajuda a repensarmos nossas opiniões e posições. Por outro lado, nenhum credo religioso deve ser ridicularizado em nome da liberdade de imprensa, pois, semelhantemente, estar-se praticando a intolerância, também.
Devemos ter sempre em mente que a verdade é sempre relativa, não existe verdade absoluta, por isso precisamos ser tolerantes e sobretudo aprender a conviver com a diversidade, o maior dos princípios da democracia.